Crise de Identidade
Nas últimas décadas, o mundo tem passado por uma crise de identidade. Existem aqueles que buscam a independência, a felicidade e correm pra todos os lados sem uma direção e acabam se perdendo sem saber mais qual era o objetivo inicial. E há outros que colocam uma meta na cabeça, traçam um caminho e vão até o fim. Mas a questão é: qual é esse caminho e como é conduzido?
A sociedade não vê mais o caráter das pessoas, mas o desempenho. A virtude foi trocada pelo charme e o ser pelo ter. Os valores foram invertidos ao mesmo tempo em que desapareceu o conceito sobre vida, sobre moral, sobre respeito e até sobre nós mesmos. Vivemos cheios de dúvidas, tentando entender o que se passa na cabeça das pessoas. As pessoas passaram a ser definidas pelo que fazem e não pelo que são: a identidade foi substituída pela função ou até mesmo pelas posses.
Na época em que nossos pais e avós foram ensinados, era essencial que os homens fossem cavalheiros, as mulheres bem educadas e que o ser humano tivesse como valores a generosidade, o respeito, a personalidade e a cordialidade. No entanto, hoje, qualquer um está sujeito a ser interpretado como antiquado se agir de tal maneira.
Os sete pecados capitais estão ganhando um espaço cada vez maior nessa sociedade que está voltada para o interesse, pois há uma importância maior no consumo e materialismo do que nos valores humanos, que acabam sendo perdidos no meio da arrogância e ignorância. As belezas da vida e do mundo estão sem a importância merecida, os momentos de felicidade verdadeiros se perderam.
É muito difícil encontrar pessoas que ainda têm os seus valores nos seus devidos lugares, pessoas que tenham sua própria personalidade, que saibam o que querem e que não passem por cima de ninguém para adquirir o sucesso. Na verdade é contraditório culpar e criticar a sociedade, porque fazemos parte dela, querendo ou não. Somos autores da nossa própria história, escrevemos, em nosso dia a dia, o perfil do mundo.
Tatiana Piccin
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